Em 1996, a capital baiana viveu um momento inesquecível. Michael Jackson desembarcou em Salvador para gravar parte do clipe da música They Don't Care About Us , um dos grandes sucessos do álbum HIStory . O que ninguém imaginava é que essa visita se tornaria um dos marcos culturais mais importantes da década de 1990 e um símbolo de conexão entre a música pop internacional e a cultura afro-brasileira.
Em 2026, o episódio completo 30 anos , e ainda hoje é lembrado como o dia em que o rei do pop e o Olodum fizeram o mundo olhar para a Bahia .
Michael Jackson no Pelourinho: o dia em que o mundo parou para ver Salvador
No dia 10 de fevereiro de 1996, o Pelourinho foi feito por uma multidão. Milhares de pessoas se reuniram nas ladeiras históricas de Salvador para acompanhar a gravação do videoclipe, dirigida pelo renomado cineasta Spike Lee .
Michael Jackson, conhecido por seu perfeccionismo e energia nos palcos, ficou encantado com a receptividade do povo baiano. Vestindo uma camiseta branca com o nome “Olodum” , ele dançou e interagiu com os percussionistas do grupo, que executavam seus tambores em perfeita sincronia.
As imagens registradas naquele dia foram vistas em mais de 150 países , colocando o Pelourinho e o Olodum no mapa mundial da música .
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A força do Olodum e o impacto cultural da parceria
O Olodum , criado em 1979, já era conhecido por suas letras engajadas e pelo ritmo inconfundível do samba-reggae , mas foi uma parceria com Michael Jackson que o projetou definitivamente no cenário internacional.
A banda apenas não participou das gravações, mas se tornou símbolo de resistência, identidade negra e valorização cultural . O som dos tambores e a batida contagiante deram ao videoclipe uma desvantagem que conectou a mensagem de They Don't Care About Us — uma crítica à violência, ao racismo e à injustiça social — à realidade brasileira.
“Michael Jackson mostrou ao mundo o que o Olodum representa: alegria, resistência e orgulho do povo negro”, declarou na época João Jorge , presidente do grupo.
A repercussão mundial do clipe
Lançado oficialmente em abril de 1996, o videoclipe de They Don't Care About Us tornou-se um sucesso global. Em poucas semanas, atingiu o topo das paradas em diversos países e entrou para a história da MTV como um dos vídeos mais marcantes da carreira de Michael Jackson .
As cenas gravadas no Pelourinho contrastavam com as feitas na favela Santa Marta, no Rio de Janeiro — um retrato duplo e poderoso das desigualdades brasileiras. A crítica internacional elogiou a coragem de Michael em abordar temas sociais , enquanto o público baiano celebrou o reconhecimento da cultura afro-brasileira diante do mundo.
Além da repercussão artística, o impacto econômico e turístico foi imediato. Após a gravação, o Pelourinho passou a atrair milhares de visitantes todos os anos , curiosos para conhecer o local onde o rei do pop dançou ao som do Olodum. Até hoje, o muro onde ele gravou parte das cenas se tornou ponto turístico e local de peregrinação para fãs .
Entre controvérsias e homenagens
Apesar do sucesso, a gravação não foi livre de polêmicas. Parte da imprensa brasileira criticou o governo da Bahia por gastar recursos públicos na logística da filmagem , enquanto comunidades locais questionaram a falta de investimentos permanentes após o evento.
Ainda assim, o legado da visita de Michael Jackson é inegável. Em 2010, foi inaugurada uma estátua em tamanho real do cantor no Pelourinho , instalada na mesma varanda onde ele apareceu durante as filmagens. O monumento se tornou um dos pontos mais fotografados de Salvador e reforçou o eterno entre o artista e a cidade.
30 anos depois: o legado de uma união que marcou gerações
Três décadas depois, a colaboração entre Michael Jackson e o Olodum ainda é lembrada como um dos encontros mais simbólicos entre a cultura global e a música brasileira . Para muitos especialistas, aquele momento representou um divisor de águas na forma como o mundo passou a enxergar a força da música afro-baiana .
O Olodum, por sua vez, segue ativo e continua levando uma mensagem de igualdade e orgulho racial para novas gerações. A banda já realizou turnês internacionais, participou de eventos da ONU e mantém vivo o legado iniciado em 1996.
“Michael nos deu visibilidade, mas foi o povo baiano que mostrou ao mundo a beleza da nossa cultura”, afirmou um dos membros do grupo em entrevista recente.
Em 2026, quando o episódio completar 30 anos , Salvador deve preparar eventos comemorativos, shows e exposições para celebrar o marco. O reencontro entre passado e presente promete emocionar quem viveu aquele dia e inspirar quem o conheceu apenas pelas telas.
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