Nobel de Economia 2025 Premia Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt por Estudos sobre Crescimento Impulsionado pela Inovação
O Prêmio Nobel de Economia de 2025 foi concedido a Joel Mokyr (79), Philippe Aghion (69) e Peter Howitt (79) por seus estudos inovadores sobre crescimento econômico impulsionado pela inovação tecnológica e científica. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (13) pela Academia Real das Ciências da Suécia, responsável pela premiação desde 1968.
A decisão destaca o papel central que a inovação desempenha no desenvolvimento econômico sustentável, reforçando a importância de políticas públicas e investimentos privados voltados à ciência e à tecnologia.
Contribuições fundamentais para a teoria do crescimento econômico
Joel Mokyr, historiador econômico nascido nos Países Baixos e professor na Northwestern University (EUA), foi reconhecido por identificar as condições históricas e institucionais necessárias para o progresso econômico sustentado — isto é, quando a economia consegue crescer de forma contínua, evitando longos períodos de estagnação ou recessão.
Seu trabalho mostra que sociedades que valorizam conhecimento, educação e liberdade científica tendem a criar ambientes mais férteis para a inovação e, consequentemente, para o crescimento econômico de longo prazo.
Já Philippe Aghion (França) e Peter Howitt (Canadá) receberam o prêmio por sua teoria do crescimento baseada na “destruição criativa”, conceito inspirado no economista austríaco Joseph Schumpeter. Nessa abordagem, novas e melhores tecnologias substituem as antigas, criando ciclos contínuos de transformação econômica e ganhos de produtividade.
“As ideias desses pesquisadores ajudaram a entender como a inovação não é apenas uma consequência do crescimento, mas sua principal força motriz”, afirmou o comitê do Nobel.
Destruição criativa: inovação que impulsiona transformação
O conceito de “destruição criativa” explica por que economias dinâmicas estão em constante renovação. Quando novas tecnologias surgem, elas tornam produtos e processos anteriores obsoletos, estimulando a concorrência e levando empresas a buscar soluções cada vez mais eficientes.
Essa dinâmica gera ganhos de produtividade, aumento de renda, melhor qualidade de vida e novas oportunidades de trabalho — embora também exija políticas públicas para lidar com transições no mercado de trabalho.
Os estudos de Aghion e Howitt mostram que, ao contrário do que se pensava no passado, a inovação não destrói empregos de forma líquida no longo prazo. Ela os transforma, criando novas ocupações e setores inteiros da economia.
Impacto prático nas políticas econômicas globais
O trabalho dos três laureados vai muito além da teoria. Nos últimos anos, seus estudos foram amplamente utilizados por organismos internacionais como FMI, OCDE e Banco Mundial, além de inspirarem políticas de inovação em países da Europa, América do Norte e Ásia.
Governos passaram a incentivar mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), criar ecossistemas de inovação e fomentar startups e tecnologias emergentes como inteligência artificial, biotecnologia e energias renováveis.
Segundo especialistas, a escolha deste tema para o Nobel reflete o papel central da inovação em um mundo em rápida transformação — marcado pela transição digital, pela busca por sustentabilidade e pelos desafios econômicos globais.
A trajetória dos vencedores
Os premiados em 2025 têm carreiras brilhantes e influência internacional:
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Joel Mokyr — Professor emérito de Economia e História na Northwestern University, é conhecido por seus trabalhos sobre a Revolução Industrial e os fatores culturais que impulsionam o progresso tecnológico.
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Philippe Aghion — Professor no Collège de France e em Harvard, é um dos economistas mais citados do mundo. Seu foco está na relação entre inovação, competição e crescimento.
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Peter Howitt — Professor da Brown University, colaborou com Aghion no desenvolvimento de modelos matemáticos sobre destruição criativa e inovação contínua.
Durante a coletiva de imprensa, Mokyr declarou que “o crescimento econômico só é sustentável quando o conhecimento é livre para circular e gerar novas ideias”. Aghion e Howitt enfatizaram que inovar é um processo coletivo, que envolve universidades, empresas, governos e sociedade civil.
Repercussão global e importância estratégica
O anúncio teve ampla repercussão internacional entre economistas, formuladores de políticas e investidores. Vários líderes políticos destacaram a relevância do tema para o futuro da economia mundial.
Nos mercados financeiros, setores ligados à tecnologia, energia limpa e pesquisa científica registraram alta expressiva nas bolsas internacionais, refletindo otimismo com políticas de incentivo à inovação.
Para a economista brasileira Ana Carvalho, da FGV, “a escolha dos laureados reforça que inovação não é opcional: é o caminho para enfrentar os grandes desafios globais, do crescimento sustentável à redução das desigualdades”.
Nobel de Economia: um prêmio com foco no futuro
O Prêmio do Banco da Suécia em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel — popularmente chamado de Nobel de Economia — foi criado em 1968 e tem reconhecido pesquisas que moldam a compreensão moderna da economia.
A premiação de 2025 confirma uma tendência: o foco crescente na inovação, na tecnologia e na sustentabilidade como pilares do desenvolvimento econômico. Em décadas anteriores, temas como globalização, desigualdade e política monetária dominaram a agenda. Hoje, a inovação se impõe como protagonista.
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