A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,6% no trimestre móvel encerrado em setembro de 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (31) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa o menor índice para o período desde 2014, evidenciando uma recuperação consistente do mercado de trabalho brasileiro.
Melhora no mercado de trabalho impulsiona otimismo
De acordo com o IBGE, o recuo da taxa de desocupação foi acompanhado por um aumento no número de pessoas empregadas, que chegou a 101,3 milhões de trabalhadores — um crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior. A população ocupada atingiu um novo recorde na série histórica da pesquisa.
Além disso, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado avançou 1,2% no trimestre, totalizando 38,2 milhões de pessoas. Segundo especialistas, esse movimento reflete uma recuperação gradual dos empregos formais, especialmente nos setores de serviços, comércio e construção civil.
“A combinação de inflação controlada e aumento do consumo interno tem estimulado contratações e reduzido o desemprego. Ainda que de forma moderada, o país apresenta sinais sólidos de estabilidade econômica”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad Contínua.
Desalento e informalidade também mostram redução
Outro dado positivo apontado pelo levantamento é a redução do desalento — pessoas que desistiram de procurar emprego. O número caiu para 3,2 milhões, o menor desde 2016. Esse indicador é visto como um importante termômetro de confiança na economia, já que mais brasileiros voltaram a buscar uma colocação no mercado.
A taxa de informalidade também recuou levemente, passando de 39,1% para 38,7% da população ocupada. Mesmo assim, o país ainda conta com cerca de 39 milhões de trabalhadores informais, incluindo aqueles sem carteira assinada, autônomos e trabalhadores por conta própria.
Para economistas, a redução da informalidade tende a ser um dos grandes desafios para os próximos anos, uma vez que a formalização é essencial para a sustentabilidade da previdência e o aumento da renda média.
Rendimento médio volta a crescer
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 3.080 , o que representa uma alta de 1,5% em relação ao trimestre anterior e de 3,8% frente ao mesmo período de 2024 . O aumento reflete tanto o crescimento da formalização quanto aos reajustes salariais em diversas categorias.
A massa de rendimento real habitual , que soma os ganhos de todos os trabalhadores, foi de R$ 310,7 bilhões , um novo recorde na série histórica da Pnad. Esse dado indica uma melhor distribuição de renda e maior poder de compra das famílias.
“Com o aumento do emprego formal e da renda, há uma expectativa de fortalecimento do consumo nos próximos trimestres, o que pode contribuir para manter o ciclo de crescimento econômico”, analisou o economista Ricardo Paes de Barros , da FGV.
Desafios e perspectivas para o fim de 2025
Apesar dos avanços, o cenário ainda inspira cautela. O nível de subutilização da força de trabalho — que considera pessoas desempregadas, subocupadas e desalentadas — ainda é de 17,8% , o que representa cerca de 20 milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade no mercado.
Além disso, há preocupação com o ritmo de crescimento da economia global e seus possíveis impactos sobre o mercado de trabalho doméstico. Analistas alertam que uma redução no consumo internacional ou na demanda por commodities brasileiras poderia desacelerar a geração de empregos em 2026.
Por outro lado, a manutenção de políticas de incentivo à indústria e ao crédito , aliada ao controle da inflação e da taxa de juros , tende a sustentar a trajetória positiva do emprego .
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